Sin artimañas, se lanza a la maraña de redes este blog de lengua y literatura española... para poder refugiarnos, en tiempos de cólera, en un cuarto propio.

domingo, 1 de mayo de 2016

LITERATURA UNIVERSAL V: ¿TÁCTICA OU ESTRATÉGIA?




Uma partida de xadrez entre um jogador campeão e um ex-prisioneiro da Gestapo a bordo de um transatlântico, numa viagem de Nova Iorque a Buenos Aires. Esse é o cenário criado pelo autor austríaco Stefan Zweig numa de suas últimas obras para tratar do assunto que mais o atormentou no fim de sua vida: a guerra e sua total indisposição para fazer parte dela. Especialista na obra de Zweig, o jornalista Alberto Dines falou nesta quarta-feira no Baukurs de Botafogo sobre a novela "Uma partida de xadrez", parte do livro "Medo" (Editora LP&M). Ele participou de um bate-papo com o escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão dentro do evento Pontocomum, que propõe um diálogo entre as literaturas alemã e brasileira, e teve a presença do Cônsul Geral da Alemanha, Harald Klein. Dines comentou esse trabalho de Zweig, e Brandão abordou seu livro “Zero”. Em entrevista ao Consulado Geral da Alemanha, Dines fala das tensões nesse jogo de xadrez criado pelo mestre austríaco.
Qual a principal mensagem da novela "Uma partida de xadrez"?
Essa é a última novela que ele escreveu. Ele terminou uns 15 dias antes de se matar em fevereiro de 1942 em Petrópolis. Ao que consta essa é a primeira obra da literatura mundial que trata do xadrez como tema. Vieram muitas depois disso. Ele cria uma situação eletrizante, transcende o jogo de xadrez. Trata-se de uma armação literária: ele se serve do jogo de xadrez para falar da sobrevivência do ser humano à máquina totalitária. Na história, um prisioneiro da Gestapo encontra um manual de xadrez e, para não enlouquecer, decora esse manual que tem as maiores partidas da história. Um dia, ele consegue ser libertado e vai para os Estados Unidos. De lá, em Nova Iorque, embarca num transatlântico para Buenos Aires, viagem muito comum na época, que o próprio Zweig fez, só que de Nova Iorque para o Rio. No navio, tem um campeão de xadrez, uma máquina de pensar que é também um brutamonte, uma metáfora do fascista. De brincadeira, outros passageiros sugerem que se faça um torneio de xadrez e o campeão aceita jogar com quem quisesse enfrentá-lo. O Doutor B (nome do ex-prisioneiro) aceita o desafio e ganha do campeão mundial, que fica na maior irritação e  chama para uma segunda partida. Os dois começam a jogar e o Doutor B está em posição confortável, mas as pessoas logo percebem que ele não queria entrar naquela guerra, havia jogado por diversão. Ele já tinha tido sua guerra. O Doutor B desmancha o jogo e se levanta. FONTE: Entrevista ao jornalista  Alberto Dines, especialista na obra de Stefan Zweig . 
http://www.brasil.diplo.de/Vertretung/brasilien/pt/05__Rio/Dines.html

Crônica de Carlos Eugénio Augusto: